FALAÇÃO 2

Participe da construção do Jornal dos Estudantes

O FALAÇÃO, jornal impulsionado pelo Centro Acadêmico de Jornalismo, tem como proposta romper com todo o silêncio e fragmentação do dia-a-dia. Um veículo feito por todos os estudantes da Metodista, organizado e discutido em reuniões abertas. Tivemos na edição número 1, por exemplo, um texto que criticava as aulas semi-presenciais. Se nós estivermos organizados, poderemos pensar que cada questão específica pode se revelar como parte de um processo geral que atinge a universidade e que precisa ser questionado, criticado e modificado.

Coloque sua voz na 2 edição do FALAÇÃO ou contribua dando sua sugestão de pauta.

Reunião ABERTA

Dia 12.3 às 10h50 e às 20h50

Local: sala do CAJOR (Delta 125)

É hora de dizer NÃO!

Publicado na edição número 1 do boletim FALAÇÃO

No fim do ano passado, diversos protestos estudantis ocorreram na Europa. Entre eles, o da Grécia obteve maio destaque devido à morte de morte um estudante. Em todos os casos, há uma tentativa de se opor à precarização do ensino imposta pelos governos através de “reformas” educacionais, leis ou decretos.
Na Itália, mais de 150 escolas foram ocupadas e chegou-se a realizar uma marcha com cerca de 1 milhão de estudantes contra a “reforma Gelmini” que demitiria 87 mil professores e 44 mil funcionários, aumentando o número de estudantes por sala e diminuindo a carga horária letiva.
Já na Grécia, após o assassinato do jovem Alexis Grigoropoulos por um policial durante um protesto estudantil, o país foi tomado por uma onda de novos protestos diários que denunciavam o governo tanto por esta atitude repressiva, quanto pelos escândalos de corrupção que estavam sendo noticiados.
Corrupção, reforma educacional e repressão são fatos que também atingiram e continuam a atingir o Brasil. Em 2007, o governo Lula implantou uma reforma educacional (conhecida como REUNI) nas universidades federais que aumentava o número de estudantes por sala. No mesmo ano, o governo estadual de SP criou decretos que proibiam a contratação de professores ou funcionários nas três universidades públicas.
Muitos estudantes fizeram protestos, saindo às ruas, e ocupando as reitorias de suas universidades. Porém, a única resposta que os governos souberam dar à aquela movimentação foi a utilização da tropa de choque que entrava na universidades, e que, portanto, demonstrava que a única resposta possível dada pelo governo seria a repressão.
No ano passado, a corrupção reapareceu nacionalmente com o uso do cartão corporativo. Não só políticos, mas também reitores de universidades (como a UnB e a Unifesp) renunciaram de seu cargo devido aos escândalos de corrupção. O caso mais famoso foi o de Thimothy Mulholland( então reitor da UnB) que havia utilizado o dinheiro público para comprar um apartamento de 500 mil reais, objetos de luxo e, até, viagens para Disney. Mais tarde, soube também que ele controlava uma conta bancária de dinheiro desviado das fundações que auxiliavam as pesquisas da universidade.
Ainda em 2008, aqui na Metodista, estudantes de filosofia, ao protestarem contra o barulho que o comício do PT causava e a politicagem dentro da universidade, foram agredidos por militantes deste partido. A universidade não se pronunciou no sentido de defender os estudantes. Pelo contrário, censurou as imagens que tinha da agressão e abafou o caso - não noticiando, por exemplo, agressão em seus veículos internos (como o jornal Rudge Ramos).

É hora de dizer NÃO!

Avança a destruição do ensino (em SP, prefeitura e governo anunciam a implementação do ensino a distância nas escolas e universidades públicas), degradam-se as condições de trabalho, as demissões se aceleram, crescem o desemprego e a pobreza por conta da crise mundial, e as manifestações são respondidas com punições e repressão.
Mais do que nunca, neste ano, nós, estudantes, precisamos nos organizar exigindo nossa liberdade de manifestação e defendendo nosso ensino, nosso emprego e nosso futuro!

Por Murillo Diniz, estudante de jornalismo; e Marco Aurélio, estudante de filosofia