Jornalistas - com ou sem diploma

[Quem acompanha este blog já deve saber sobre o assunto, mas vou registrar o fato e a minha opinião pra, inclusive, abrir um espaço de debate talvez mais amplo.]

O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou hoje a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo. Para o presidente do STF, Gilmar Mendes, o diploma não impede que o profissional provoque danos irreparáveis ou prejudique direitos alheios. "Não há razão para se acreditar que a exigência do diploma seja a forma mais adequada para evitar o exercício abusivo da profissão", afirmou à Folha de S. Paulo.

Vários outros argumentos foram colocados, entre eles a própria liberdade de expressão supostamente prejudicada pela exigência do ensino superior para produzir informação. Do outro lado, jornalistas e estudantes se preocupam com o valor do seu currículo, com receio de perder suas vagas (que vagas?) de empregos para "qualquer um".

Pra mim, é engraçado a forma como as pessoas se preocupam com a oferta de vagas de emprego quando se trata da SUA vaga. Como se várias outras pessoas já não estivessem sem emprego todos os dias, muitos até formados, com diploma na mão [e só né].

Mesmo quem se dedicou a vida toda e fez milhares de cursos e línguas e blablabla que o mercado exige (e que uma minoria bem reduzida apenas tem acesso), conseguiu finalmente um trampo "razoável": ganha 2 mil reais por mês. Ufa! Salário dos sonhos, afinal quantas pessoas não estão em situação pior. Pelo menos ele tem um emprego né?

Vixi, mas... e agora que nem essa migalha ele, que investiu tanto dinheiro pra uma carreira de sucesso, não tem mais?! É, agora apertou o calo do jornalista.


Na reunião de hoje (quinta-feira), em discussão sobre o assunto, falou-se até de um possível rebaixamento dos salários, além de diversas outras especulações. Então, a partir do anseio dos alunos e de sua insatisfação perante à mudança, foi sugerido um debate no próximo semestre, porque já estamos quase em férias, com a participação de professores e representantes da Metodista.

A discussão e organização do debate continua nas próximas reuniões e depende dos alunos, não só do C.A. Interessado em brigar pelo seu diploma?
- que esconde as precárias aulas virtuais, professores ruins, falta de equipamentos de rádio e tv, além de ser só pra VOCÊ e excluir muitos outros que queriam ser jornalistas, mas não podem porque é caro.

Participe!

Uma família, de acordo com a vontade da reitoria da Metodista

Por Allan Simon

O mundo está mesmo mudando. Pelo que pensa a competentíssima reitoria da UMESP, o virtual pode substituir muito bem o real, o presencial. Tudo certo, então. Vamos imaginar como seria o cotidiano de uma família "moderna".

De manhã, por volta das 6 horas, o marido vai trabalhar. Como de "costume", deixa recados para a esposa e os filhos, que acordarão mais tarde, no SIFU (Sistema Integrado de Famílias Unidas). Lá estarão todos os pedidos dele para o dia inteiro, como afazeres domésticos, ordens para as crianças, etc.

A esposa, quando acorda, logo SIFU. As crianças também. Elas vão para a escola, e quando voltam, a mãe está fora de casa. O que acontece? SIFU! Lá estarão informações da mãe, entre elas "a comida está na panela, é só esquentar", "arrumem o seu quarto", etc.

Um dos filhos quer ganhar uma bola de futebol oficial. Seria simples, só pedir ao pai, certo? Errado! Nos tempos modernos, o menino vai ao SIFU e deixa uma mensagem, descrevendo inteiramente a bola em questão. Uma descrição falha, mas é com ela que o pai terá que se virar. A chance de erro é grande.

A outra filha, uma adolescente, quer sair com um namorado. Para isso, teria de enfrentar os pais, e toda aquela conversa de sempre, certo? Errado! É só deixar uma mensagem online, e nesse caso, os pais SIFU.

Até mesmo a empregada, que vai fazer a faxina semanal, aderiu ao SIFU. Até mais que os outros. Pois somente nele estarão as muitas e vagas informações do que há a ser feito. Não é possível decorar e nem absorver tudo de uma vez, por isso ela SIFU o dia inteiro.

A noite, o marido chega cansado. Mas, para sua tristeza, até mesmo o seu patrão aderiu ao SIFU. Lá estavam mais trabalhos para ele, em casa. E trabalhos que pareciam sem o menor nexo. Afinal, o marido era engenheiro, e o trabalho consistia em escrever redações! Mas, tudo certo, o pobre engenheiro já tinha se acostumado a SIFU.

Por volta de 20h, a família toda estava doida. Não sabiam o que fazer. Por quê? Porque tudo estava no SIFU. Ou seja, todo mundo SIFU de uma vez.

Antes de dormir, o marido quis "relaxar" com a esposa, que já estava exausta de tanto SIFU. Então, sem poder contar com a amada, o marido SIFU mais uma vez.

CAJOR- O que é

Por Camilla Feltrin - 1° semestre de Jornalismo noturno

Apesar de uma grande mobilização por parte do CAJOR, muita gente ainda não sabe o que é. O Centro Acadêmico de Jornalismo é um movimento organizado pelos estudantes e para os estudantes, que pretende não estagnar o potencial dos alunos apenas no popularíssimo hino “Vamô bebê Metô!”. Visa direcioná-lo para a reflexão sobre as condições do ensino prestado pela Universidade. Nosso atual objetivo, mas não o único, é lutar contra as precárias e mal elaboradas aulas virtuais.

Em seis meses de C. A houve uma melhora quanto à organização estudantil; desde a obtenção de uma sala para as reuniões e discussões (Delta 125), a publicação do FALAÇÃO - um jornal aberto e feito pelos estudantes -, um debate com representantes da pró-reitoria e a manifestação que aconteceu no dia 9 de junho. Isso não é pouco. Pode ser que um apitaço não resolva nossos problemas, mas com certeza ele escancarou as nossas ideias e mostrou que não somos pessoas conformadas esperando soluções caírem do céu.

"Coisa de aluno do primeiro ano.” Durante a nossa primeira manifestação várias vezes essa frase foi ouvida. Mesmo os diretores do C.A. sendo do quinto semestre, a maioria dos estudantes realmente era do primeiro ano. Ainda bem que são: nos próximos três anos, pelo menos, a gente vai fazer ser ouvido.


PARTICIPE

Muita gente critica o formato do CAJOR e a forma como são tomadas as decisões e ações. O que poucos sabem é que também somos alunos iguais a todos e que também estamos aprendendo. Mas o mais importante, estamos fazendo! E ao invés de apenas criticar indiretamente e ficar no “achismo” das coisas, esses deveriam sugerir e conversar pessoalmente com o CAJOR, pois novamente, erramos porque estamos aprendendo, mas fazemos porque não ficamos só na palavra. E ninguém do C.A. morde aluno, então é só chegar.

O C. A. depende dos alunos. Se você tem ideias e sugestões ou simplesmente não concorda como estamos fazendo as coisas, participe das reuniões que acontecem todas quintas-feiras no Delta 125, durante o horário do intervalo da manhã e da noite (10h50 e 20h50, respectivamente). O blog e o FALAÇÃO também são abertos para quem queira escrever.

Fotos do protesto



Nosso Manifesto NÃO é Virtual

"FIM DAS AULAS VIRTUAIS, FIM DAS AULAS VIRTUAIS", foi esse o grito que estava preso na garganta de mais de 50 estudantes (a maioria do primeiro ano de jornalismo noturno) que fizeram valer a manifestação que aconteceu ontem a noite no campus Rudge Ramos da Universidade Metodista de São Paulo.


Organizada pelo CAJOR (Centro Acadêmico de Jornalismo), a manifestação foi consequência do
debate sobre aulas virtuaisrealizado no dia 21 de maio, e também uma resposta as não-respostas da direção da faculdade e da universidade em relação a reuniões para discussão com o CAJOR sobre esse e demais assuntos pendentes.


Tendo como arma a voz, as palmas e os apitos, os estudantes começaram o apitaço na praça central do campus e seguiram ao Delta - prédio onde fica a FACOM (Faculdade de Comunicação), também gentilmente chamada de FA[R]C - e chamaram atenção das salas de aula. Muitos alunos e professores saíram das salas para entender o motivo de tanto barulho e se juntar à luta contra as aulas virtuais.


Em seguida, os estudantes entraram na sala da FACOM e depois foram para o Centro de Convivência, que estava lotado, e causaram aplausos e discórdias. No caminho, foram colados 50 cartazes escritos "Não às aulas virtuais" e "Nosso manifesto não é virtual", e também muitos outros alunos vieram perguntar o que estava acontecendo, quem éramos e como fazia para participar. Cansados, mas não derrotados, os jovens terminaram direcionando os gritos e apitos à reitoria vazia da Metodista (Não temos reitor depois das 18h... tsc tsc tsc), onde foram proibidos de entrar, mas alguns ainda assim conseguiram passar pela segurança.


Os estudantes não pararam de cantar e apitar um minuto sequer, não quebraram nada e a Metodista - preocupada com a segurança dos manifestantes, claro - enviou uma escolta com alguns seguranças. Valeu mesmo Metô, sempre cuidando da gente!


Nós também estamos cuidando de você ;)

PRÒXIMAS REUNIÕES

Segunda 8/6 - 20h50
Terça 9/6 - 10h50

na sala do CAJOR - Delta 125

Carta de reivindicações à reitoria

Nesta sexta-feira (5 de junho), entregaremos à reitoria da Metodista uma carta com reivindicações do Centro Acadêmico de Jornalismo, representando os estudantes de Jornalismo, assim como outros alunos da universidade que estão insatisfeitos com as aulas virtuais em sua grade curricular. Antes da entrega oficial da carta, os estudantes se encontrarão na sala do C.A. (Delta-125) às 19h30. Quem puder participar, é só aparecer lá nesse horário!
Carta:

A partir do debate realizado no dia 21 de maio sobre as aulas virtuais com presença da Pró-Reitoria de Graduação, constatou-se que existe insatisfação por parte dos estudantes em relação a essas aulas e sobre outras questões existentes em nossa universidade. Por isso, o Centro Acadêmico de Jornalismo, juntamente aos estudantes do curso, entregam esta carta de reivindicações.

Reivindicações

-Fim das aulas virtuais
Reivindicamos o fim do oferecimento dessas aulas. A utilização de tecnologias no conteúdo do curso e na dinâmica das aulas deve, primeiramente, ser discutida com os estudantes em fóruns abertos e democráticos que garantam a participação de qualquer estudante.

-Reuniões do colegiado do curso abertas a todos estudantes
Qualquer mudança em nosso curso é feita em reuniões que permitem apenas a presença e voto de um representante discente. Reivindicamos que qualquer estudante possa assistir a essas reuniões.

-Total autonomia sobre o espaço estudantil (sala 125 do edifício Delta).
Nos colocamos contra a posição por parte da instituição em querer controlar o uso da sala do Centro Acadêmico. Reivindicamos total autonomia em relação a esta sala. Entendemos que os espaços estudantis – existentes em todas as universidades do país - são espaços de convivência dos estudantes conquistados na luta contra a ditadura militar. Por isso, seu uso e funcionamento devem ser decididos nos fóruns estudantis (como as reuniões abertas do Centro Acadêmico).

PRÓXIMA REUNIÃO

QUINTA-FEIRA
20H50
PAUTA: CARTA À REITORIA

NA SALA DO CAJOR (DELTA-125)